O que é a criatividade?
De acordo com Feldman, Papalia e Olds (2001), a criatividade é a habilidade de ver algo de um novo ponto de vista, de produzir uma coisa que nunca tenha sido vista ou encontrar soluções novas e invulgares para um determinado problema. Todavia, a criatividade deve ser não só a criação de algo novo, como também deve ser adaptada, ou seja, deve responder às necessidades que são exigidas. Pereira (1996) acrescenta ainda que não existe uma definição universalmente aceite por todos os autores, pois o termo criatividade aparece muitas vezes sob designações semelhantes, tais como pensamento divergente, resolução de problemas, originalidade, invenção.
Onde existe a criatividade?
A criatividade existe em todas as áreas, não só nas artes, como se pensava inicialmente e, segundo Bahia e Ibérico Nogueira (2005) é mesmo fundamental em diversos domínios, tais como, o conhecimento científico, tecnológico, artístico ou humanístico.
Somos criativos durante toda a vida?
A criatividade pode existir ao longo de toda a vida de um indivíduo, contudo, a criatividade da infância não é igual à da idade adulta, ou seja não é um fenómeno estável no tempo, pois pode-se desenvolver desde o nascimento até à velhice. Ao ser estimulada e trabalhada, a criatividade torna-se num meio de garantir, de alguma forma, a saúde mental da pessoa em todas as fases da sua vida (Wechsler, 1999). De acordo com Fonseca (1990), todas as pessoas têm uma certa intuição para a criatividade, umas mais do que outras, que pode até surgir do interesse em imitar ou contemplar a criatividade de alguém.
Será que uso a criatividade no meu dia-a-dia?
De acordo com Lubart (2007), a capacidade criativa do sujeito pode contribuir para que este consiga ultrapassar determinadas dificuldades afetivas relacionais em termos pessoais e profissionais, e pode ainda auxiliar a pessoa a desenvolver mecanismos internos para lidar com o problema atual e criar condições para futuramente reagir aos problemas Deste modo, verifica-se que a criatividade está presente a nível pessoal, social e profissional (Bahia & Ibérico Nogueira, 2005).
De onde surge a criatividade?
A criatividade é, por um lado, o produto das interações entre os processos cognitivos, características de personalidade e elementos ambientais, e por outro o resultado da influência da família, escola e sociedade. Ou seja, o conceito deve ser tido em conta em diversos domínios e áreas da vida do sujeito.
Quais as características mais comuns das pessoas criativas?
Diversos autores referem que os sujeitos criativos estão mais dispostos para correr riscos, mais abertos a novas experiências e desafios, não apreciam a rotina nem o hábito e não aceitam o óbvio. Neste sentido, importa realçar que o pensamento divergente (pensar várias soluções para um mesmo problema) desempenha um papel importante na criatividade, uma vez que se caracteriza por conter determinadas características como a originalidade, fluência, flexibilidade e ideias detalhadas.
De acordo com a teoria do fluxo da criatividade de Csikszentmihalyi (1996) as pessoas criativas são motivadas pelo prazer, pela procura da novidade e pelo desafio, características que são independentes da cultura, do sexo e da idade.
A sociedade influencia a criatividade?
Segundo Bahia e Ibérico Nogueira (2005) existe consenso por parte dos autores de que a criatividade é relevante na sociedade atual. Esta sociedade é um ponto interessante a ter em conta na manifestação da criatividade, uma vez que deve estimular o sujeito dando-lhe a liberdade de poder explorar e examinar novas ideias.
Criatividade & Trabalho
Como já foi referido, o conceito de criatividade é, tradicionalmente, aplicado à música, à literatura e às artes. No entanto, devido à ampla evolução e utilização da criatividade, muitas empresas não só dos EUA como também da Europa usam provas de criatividade no processo de seleção dos seus trabalhadores e criam programas de desenvolvimento do potencial criativo com o objetivo de melhorar e aumentar a produtividade dos funcionários e, consequentemente, das organizações. Concordante com esta perspetiva, Pereira (1996) afirma que os indivíduos criativos se dedicam de forma mais aliciante ao seu trabalho, definem evidentemente os seus objetivos e metas, sentem a necessidade de fazer algo novo e avaliam rigorosamente os seus produtos. Outros autores acrescentam ainda que a criatividade pode dar origem à inovação e a novos ganhos não só para a empresa como também para o próprio funcionário (Nakano, Campos, Silva & Pereira, 2011). Todavia, existem funcionários com um grande potencial criativo sem que o seu ambiente profissional apoie nem reconheça as ideias criativas do sujeito. Nesta linha de pensamento, Lubart (2007) acrescenta que os quadros profissionais têm influência na expressão da criatividade, pois o tipo de atividade profissional que a pessoa desempenha determina a possibilidade de exercer ou inibir as ideias criativas.
De referir que para Sternberg (2006) a criatividade é considerada o futuro, pois a sucessão de novas ideias que vão sendo postas em prática dita o progresso e a inovação.
Bibliografia
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Amabile, T. (1996). Creativity in context. Boulder, CO: Westview Press.
Csikszentmihalyi, M. (1996). Creativity: Flow and the Psychology of Discovery and Invention. NY: Harper Perennial.
Guilford, J. (1950). Creativity. American Psychologist. 5 (9), 444-454.
Lubart, T. (2007). Psicologia da criatividade. Porto Alegre: Artmed.
Pereira, A. (1996). Criatividade: Um conceito irredutível à investigação psicológica? Revista Portuguesa de Pedagogia, (2), 245-261.
Romo, M. (1997). Psicología de la creatividad. Psicothema, (1), 509-510.
Runco, M. (2007). Creativity. Theories and themes: Research, development, and practice. USA: Elsevier Academic Press.
A Psicóloga,
Ana Patrícia Ramos
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Cátia Silva
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